quinta-feira, 4 de março de 2010

A Prima

Primeira postagem....mt nervosa :/




[...] Meu nome é Sara stornett, e moro no Canadá, junto com a minha irmã Gabriela.

Ano passado Hellen a nossa prima, foi passar alguns meses morando conosco. Ela sofria de algum distúrbio psicológico e teria ido pra lá, para se tratar. Esse descontrole emocional de Hellen só havia acontecido depois de ter ficado noiva de um homem agressivo durante sete anos e ter tido seu marido morto durante um incêndio na fábrica que ele trabalhava.
“Eu estava solteira, minha irmã estava noiva e morávamos todos na mesma casa quando Hellen foi morar conosco. Hellen não tinha amigos, a não ser o seu diário e os seus livros de contos de enigmas. Hellen escrevia tudo naquele diário, mas, não deixava ninguém ver.”
Uma vez a Gabriela teve uma briga feia com seu noivo, o Lucca. O Lucca fez uma coisa que ele nunca tinha feito antes, ele bateu na Gabriela, ele agrediu minha irmã, deixando-a marcas. Pomos o Lucca pra fora de casa e ele foi passar a noite na casa de sua mãe.
A Hellen ficou muito assustada com toda aquela situação, pois, naquele momento ela só conseguia recordar-se do seu falecido marido. Então, A Hellen foi em direção ao quarto em que a Gabriela dormia e me falou que iria conversar com Gabriela a respeito do Lucca. “Eu fiquei calada e não vi a Hellen voltar pra cama.”

- Você sabe do que se tratava a conversa? –Perguntou o detetive Lock.
- Não. Naquele momento eu não sabia. – respondi.

No outro dia, no café da manhã, A Gabriela e a Hellen estavam caladas. Não falavam uma palavra. Notei que a Hellen estava mais tensa do que a Gabriela, que estava inquieta. Fiquei calada mais uma vez.

Uma semana se passou e nem um sinal de reconciliação entre Gabriela e Lucca. Pensei: “É, a briga foi feia”. Parei por alguns minutos e fiquei pensando se deveria perguntar por ele a Gabriela... Ou se deveria fazer algum comentário... Mas, como eu não costumava me meter na vida da minha irmã, preferir ficar quieta.

A casa estava suja. Precisava urgentemente de uma limpeza.

” Pedi para que Gabriela levasse Hellen para dar uma volta pela cidade enquanto eu terminava de arrumar a casa. Avisei que logo quando eu terminasse, estaria em frente à sorveteria que freqüentávamos. Nem uma das duas hesitou.”
Saíram.
Arrumei a sala, arrumei o terraço, a cozinha e, fui arrumar os quartos... Ao limpar a prateleira do quarto de Hellen, derrubei alguns livros. Percebi que tinha derrubado o seu diário, e não resisti: comecei a lê-lo.
Foi aí o meu choque. O diário caiu da minha mão. Sentei-me na cama e comecei a chorar. Não acreditei no que tinha acabado de ler. Peguei o diário novamente e reli aquela página:
“Querido diário, conversei com a Gabriela ontem e perguntei o que ela pretendia fazer em relação ao seu casamento. E ela disse que iria passar por cima de todas as regras, ela me disse que iria matar o Lucca. Eu não acreditei, pensei que ela estivesse brincando. Mas, ela não estava. Ela olhava sério pra mim e naquela noite mesmo, ela saiu atrás do Lucca para matá-lo. eu fui junto. Não queria, mas acabei me envolvendo. Não agüentei ver nada, sai correndo pra casa. Já era 02h46min da manhã”.

-Esse foi o relato que tinha no diário de Hellen. Terminei a casa, e estou aqui.
- O Lucca morreu? – perguntou o detetive Lock.
- Não sei. Por isso estou aqui. Eu preciso saber a verdade, preciso saber se minha irmã é uma assassina. Estou aqui para pedir sua ajuda.
-Tudo bem, começamos agora mesmo.

Eu e o detetive fomos até a minha casa. Procuramos pistas por todos os lugares possíveis, e não encontramos nada que nos levasse á alguma conclusão. Até que o Sr. Lock, viu no chão uma fita, uma fita rosa de cetin. A fita estava manchada de sangue.

- De quem é essa fita? – perguntou o Sr. Lock.
Gaguejando, respondi:
- É-é da Hellen.

Estávamos em frente á o único lugar que não tínhamos checado: a casinha que guardávamos materiais de construção. Eu expliquei:

- Eu e a Gabriela, quando crianças, havíamos construído junto com nosso pai, Uma casinha feita de restos de madeira e lona no nosso jardim. Nós costumávamos brincar na casinha. Crescemos, e hoje guardamos materiais de construção dentro dela.
Não tivemos dúvidas, entramos na casinha e, lá estava, enrolado em sacos plásticos pretos, o corpo do Lucca. Fiquei pasma. Sem ação. O Lucca estava cheio de cortes fundos em todas as partes do corpo. Chorando, eu disse:

- Minha irmã é mesmo uma assassina.

Mas o detetive me deixou confusa:

- Não sabemos ainda.

Olhei para ele sem entender e ele continuou:

- A fita que encontramos bem aqui na frente é da Hellen. Está toda ensangüentada. Se ela é realmente inocente e sua irmã e a assassina, precisamos do diário dela para concluir o caso. – Disse ele
-Eu estou atrasada, teremos que concluir amanhã. Marquei com a Hellen e a Gabriela de as encontrarem após acabar de arrumar a casa. Já estou muito atrasada. –respondi.
- Certo. Não comente nada com ninguém. Minha vinda aqui deve ser segredo. Agora vá. – disse o Sr. Lock.

Colocamos tudo no mesmo lugar e o detetive foi pra casa e eu fui atrás das duas. Como o combinado, eu não disse nada. Tomamos um sorvete e voltamos para casa, pois, já estava muito tarde. O jantar durou em silêncio, eu estava muito abalada. Logo, fomos dormir.

No outro dia sabia que tinha que arrumar alguma desculpa para que as duas tivessem que sair de casa novamente. Então, disse que tava com dores nas costas por causa da faxina, e pedir para que Gabriela fosse comprar algumas coisas que estavam faltando pra dentro de casa. E por sorte no mesmo instante, Hellen se ofereceu pra ir junto. Dei logo um empurrão, e novamente, elas foram.

Na mesma hora, liguei para o detetive Lock, e ele chagou Rápido.
Procurei o diário de Hellen e nós lemos a anotação da ultima noite:
“Querido diário, Eu acho que fiz a coisa certa. A Sara não viu, mas eu fui ao quarto de Gabriela de madrugada e soube que ela não teve coragem de matar o Lucca. Ela me disse que quando eu voltei pra casa, ela veio logo atrás. Ela me disse que queria fazer as pazes com ele e que iria se reconciliar. Mas, eu estava torcendo pra que ela não voltasse com ele, porque se ela voltasse iria ser infeliz como eu. Eu não queria que aquilo acontecesse. Quando ela me disse isso eu fingi que ia dormir e fui atrás do Lucca. Eu não me arrependo... Eu matei o Lucca a facadas. Eu matei e o escondi. Espero estar bem longe quando tudo for descoberto..”

- Caso encerrado. – confirmou o detetive. - Isso explica a fita ensangüentada, isso explica o comportamento dela, e ela tinha motivos para tudo isso. Além de sofre de problemas psicológicos. Ela soube fazer tudo direitinho, pois tinha seus livros de contos de enigma. E ela fez com a intenção de proteger a Gabriela, mas ela ficou cega e cometeu um crime. A justiça tem que ser feita.

Eu sentia duas coisas: naquele momento meu coração se enroscou todo, como uma cobra enrolada em um galho. Senti um aperto lá dentro. Mas também senti um alívio por ter a certeza de que a Gabriela não era a assassina.

Ligamos para a polícia. E esperamos elas chegarem. Quando chegaram, a casa estava rodeada de carros da polícia, e as duas desceram Do carro assustadas, e correram em direção a mim e ao Sr. Lock, que estávamos logo na entrada da casa.
As duas perguntaram ao mesmo tempo:

- O QUE ACONTECEU?
-Depois lhe explicamos tudo Gabriela. Agora a Hellen tem que ir. –respondeu o Sr. Lock.

Pedi um tempo antes de Hellen ser levada pela polícia para podermos conversar. Fomos ao terraço, eu, Gabriela e Hellen. Olhando com raiva lá dentro dos olhos de Hellen, eu falei:
- Como pôde Hellen? Como pôde agir dessa maneira? Você fez uma coisa que em hipótese alguma poderia ser feita.
E com mais raiva ainda, ela deu uma tapa forte no meu rosto e disse:
-Você não devia ter se intrometido. Eu estava fazendo tudo certo, e tudo para proteger a irmã com quem você nunca se importou. Se não fosse eu, ela ia sofrer. – Rebateu.
- Hellen, o Lucca nunca tinha feito aquilo que ele fez naquele dia. Ele estava errado, sim. Nós íamos conversar sobre aquilo, mas só eu e ele. Se aquilo viesse a se repetir antes do casamento, nós não íamos nos casar. Você não podia ter feito o que fez. – Disse Gabriela.
Eu e Gabriela olhávamos pra Hellen com muita raiva, mas tínhamos pena. O Policial chamou e, a Hellen foi. Antes de entrar no carro, Hellen nos olhou, e aquele olhar marcante ficou na minha cabeça. Foi um olhar de quem diz: “Vai ter volta.”
Quatro anos depois, recebemos a notícia de que Hellen Stornett havia morrido de um ataque cardíaco, dentro da prisão. Eu e Gabriela nos mudamos para o Brasil e hoje estamos morando em Minas Gerais. Gabriela está casada e eu também. Tudo teve fim...

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